Se tem uma coisa que a geração Z sabe fazer, é resgatar tendências e dar a elas uma cara nova. Nos últimos anos, as câmeras analógicas e digitais — ícones dos anos 90 e 2000 — voltaram ao centro das atenções. Mas o que explica esse retorno?
Parte da resposta está na busca por autenticidade. Em um mundo onde quase tudo é filtrado e editado digitalmente, as imperfeições e o charme "cru" das fotos analógicas oferecem uma estética nostálgica que conversa com o desejo de se destacar. Já as câmeras digitais antigas, que antes eram consideradas ultrapassadas, agora trazem aquela vibe retrô, com fotos que remetem à era pré-smartphones.
Além disso, essa volta reflete um desejo de desacelerar. Fotografar com filme, por exemplo, exige paciência e planejamento. Não há "tentar de novo" ou editar no momento: a magia está em capturar e esperar o resultado. “O melhor era o cuidado e a atenção a cada detalhe no momento da captura; não havia como recuperar nada. Ver a imagem gravada no negativo, ainda molhado e com o cheiro de fixador, era sensacional”, comenta o fotojornalista Alaor Filho.
Algumas câmeras analógicas são recomendadas por fotógrafos, como a Canon F1, Nikon FM2, Canon Canonet QL17 e Olympus E-10.
Para a geração Z, que cresceu em um mundo digital frenético, esse processo é quase terapêutico e até considerado cult (para essa geração é uma forma de expressar sua identidade, seus gostos e sua busca por algo autêntico e diferente). Apesar disso, não só as câmeras analógicas chamaram atenção, mas as digitais também, pela praticidade, velocidade e qualidade. Quem lembra da icônica Cyber-Shot da Sony?
Hoje, uma câmera digital como essa custa entre R$400 e R$3.500. Já as analógicas podem ser encontradas a partir de R$450.
No fundo, o retorno e hype das câmeras analógicas e digitais mostra como o passado sempre encontra formas de se reinventar, principalmente quando colocado nas mãos criativas da geração Z. O resultado? Fotos com histórias, processos mais significativos e, claro, um toque nostálgico incrível.